sexta-feira, 16 de maio de 2014

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Quer expandir seu negócio próprio? Veja como transformá-lo em franquia

Fazer a empresa crescer por meio de franquias é uma opção interessante para empresários que não possuem o dinheiro necessário para abrir mais unidades próprias, segundo especialistas.

No entanto, antes de estruturar o negócio e começar a vender unidades a terceiros, é preciso conhecer e mapear as operações, para oferecer o suporte adequado ao franqueado.
Para uma expansão bem-sucedida, segundo consultores, o negócio deve ter, pelo menos, um ano de funcionamento e uma unidade própria.
Dessa forma, de acordo com os especialistas, é possível avaliar um ciclo completo da empresa, saber se há sazonalidade e testar outros produtos e serviços para compensar eventuais períodos de baixo movimento.
Ter uma marca forte, um modelo de negócio que possa ser reproduzido em qualquer lugar e que ofereça os mesmos resultados em todos eles são pré-requisitos para transformar uma empresa em franquia, de acordo com os consultores.
Veja, abaixo, o passo a passo para transformar um negócio próprio em franquia:

1) Registro de marca

Apesar de os especialistas recomendarem que toda empresa faça o registro de sua marca antes de começar a funcionar, nem sempre isso ocorre, segundo André Friedheim, da Francap, consultoria especializada em formatação de franquias. No mercado de franquias, no entanto, o registro é obrigatório.
"No franchising, o uso de uma marca é cedido a terceiros mediante a assinatura de contrato, portanto, é fundamental que ela seja protegida para evitar o uso indevido por pessoas de fora da rede", afirma Friedheim.

2) Diagnóstico da empresa

Nesta etapa, é necessário avaliar qual é o conceito do negócio, quais são os produtos ou serviços vendidos e qual é o público-alvo. Também é importante definir a identidade visual que será utilizada por toda a rede, avaliar quais são os concorrentes diretos e indiretos, mapear os pontos fortes e quais seriam os riscos do negócio.
"Existem 2.703 marcas de franquias no Brasil, segundo a ABF. É necessário ter um diferencial para não ser mais uma no mercado", afirma João Augusto Bueno, da Fabrica3, consultoria de formatação e expansão de redes.

3) Análise financeira

Verificar as receitas e as despesas é importante para saber quanto a franqueadora deverá cobrar de taxa de franquia, de fundo de publicidade e de royalties para manter a rede. Os royalties podem ser um valor fixo mensal, uma porcentagem sobre o faturamento ou sobre o volume de produtos adquiridos, se a franqueadora for fabricante dos itens comercializados.
"A análise deve considerar as taxas praticadas pela concorrência e se o negócio continuará sendo lucrativo, tanto para o franqueado como para a franqueadora, após o pagamento desses valores. Em alguns casos, chega-se à conclusão de que o negócio não é viável como franquia", diz Diego Simioni, da GoAkira, consultoria especializada em franquias. 
Ele cita como exemplo negócios que vendam produtos baratos, mas que exijam muitos treinamentos. Como o custo para treinar a equipe será alto, os royalties que mantém a rede também serão, o que pode prejudicar a lucratividade do franqueado.

4) Plano de expansão

Depois de analisar o mercado e a concorrência, é hora de definir em que cidades ou região as franquias devem ser instaladas. Segundo Bueno, o cuidado com as primeiras franquias deve ser grande, pois, se tiverem sucesso, elas serão responsáveis pelo crescimento da rede.
"O ponto deve ser escolhido com cautela e o negócio precisa ser acompanhado de perto para dar certo. Por isso, o indicado é que a expansão comece em um único eixo, para baratear e facilitar treinamentos e visitas de supervisão."
O empresário pode registrar um novo CNPJ ou alterar o contrato social da empresa já existente, incluindo as atividades da empresa franqueadora, de acordo com Simioni.
"Ter um novo CNPJ é recomendado, pois o regime tributário para a empresa franqueadora pode ser diferente do regime para o negócio que já existe", afirma.

5) Manuais de processos e gestão

Eles devem mostrar ao franqueado como tocar o negócio, desde a padronização da cor das paredes, como o produto ou serviço deve ser feito, como os funcionários devem ser recrutados, até a gestão do fluxo de caixa.
"Nesta etapa, o empresário também deve estruturar os programas de treinamento para os franqueados e suas equipes", diz Friedheim.

6) Estrutura jurídica

Envolve a redação da COF (Circular de Oferta de Franquia), que é apresentada ao candidato e deve conter informações específicas previstas na lei de franquias, como nome e contato de franqueados, unidades que fecharam etc., do pré-contrato e do contrato de franquia.
"A consultoria jurídica fará a blindagem da empresa contra eventuais riscos, como um franqueado que sai da rede após adquirir conhecimento sobre o negócio e abre uma empresa concorrente", afirma Bueno. 

CUIDADOS AO ESCOLHER UMA FRANQUIA

Tempo de mercadoVerifique há quanto tempo a rede atua no mercado. Se a franquia for nova, veja o número de unidades próprias. É por meio delas que a franqueadora adquire experiência e conhecimento da área que irá transmitir aos franqueados
Pesquisa com franqueadosAs redes são obrigadas a apresentar a COF (Circular de Oferta de Franquia) para os interessados. O documento deve indicar endereço, nome e telefone de franqueados e ex-franqueados. É importante ligar para o maior número possível para saber sobre investimento, faturamento, tempo de retorno e lucro
FaturamentoDesconfie de número fantásticos. O ideal é avaliar mais de uma franquia do setor que deseja ingressar para ver se os números são similares. Segundo a ABF, o lucro varia de 10% a 15% sobre o faturamento
Prazo de retornoA ABF trabalha com o prazo de retorno de 18 a 24 meses para microfranquias, que exigem um investimento mais baixo, e de 36 meses para franquias, que necessitam de investimento maior
Assinatura de contratoO negócio só pode ser fechado após o prazo de 10 dias da entrega da COF. O objetivo é evitar a assinatura por impulso. A COF informa o número de franqueados ativos e inativos (nos últimos 12 meses), com telefone, ações judiciais contra a empresa e estimativa de investimento, faturamento etc.

Fonte: UOL Economia

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